sábado, 11 de agosto de 2018

Cônego José Lourenço Barbosa dos Santos

Cônego José Lourenço Barbosa dos Santos – Nasceu no dia 10 de agosto do ano de 1860, no lugar chamado “Cruzeiro do Riachão”, nas proximidades desta cidade e no lar abençoado e profundamente católico dos seus dedicados pais, Capitão Marcelino Barbosa dos Santos e dona Olímpia Teófila Barbosa dos Santos. Na santidade daquela casa e sob o carinho afetuoso dos seus genitores, crescia José Lourenço, demostrando vivacidade e inteligência invulgares. Percebendo então os seus pendores para faina religiosa, logo após a conclusão do curso primário, o Capitão Marcelino providenciou a sua matrícula no Seminário da Bahia, em Salvador, onde ele fez um brilhante curso, e, mis tarde, transferido para o Seminário de Fortaleza, no Ceará, recebida a 20 de dezembro de 1884, as ordens sacerdotais, com apenas 24 anos de idade. Celebrada a sua primeira missa, foi em seguida nomeado vigário de Alcobaça, neste Estado. Porém, pouco tempo se demorou naquela Freguesia, uma Vês que, em 08 de setembro de 1887, tomava posse do paroquiato desta Freguesia de São Felipe e São Tiago, cargo para o qual fora nomeado pelo Arcebispo Primaz, em virtude de haver falecido em 21 de julho do mesmo ano, o saudoso Cônego Manoel Inácio Soares. Desde então São Felipe permaneceu sob a guarda pastoral, até 04 de fevereiro de 1925, num longo e proveitoso período de 37 anos, 04 meses e 06 dias. Culto, ativo e incansável trabalhador, positivou desde início um vontade férrea de engrandecedor a Igreja em sua nova paroquia, procurando dotar esta Freguesia com um Templo digno dos seus filhos, pastoreados espiritualmente com zelo inexcedível, comprovado exuberantemente  pela tradição religiosa que ainda hoje São Felipe ostenta com galhardia; e que é bem um opimo fruto do seu aprimorado labor no trato incessante da vinha do Senhor. Aí está a nossa Matriz, obra de rara beleza arquitetônica, e, para sua completa remodelação muito contribuiu o gênio artístico e o batalhar diuturno e continuo de José Lourenço. Como político, ainda na Monarquia, foi filiado ao Partido Conservador. Proclamado a República e já muitíssimo estimado eis que José Lourenço foi eleito Conselheiro Municipal em 1900 e logo escolhido para presidir o Conselho. Exerceu essa função com brilhantismo, apresentado e justificando no decorrer do mandato, muitos projetos de real interesse para o novo município.
Notada a sua vocação administrativa, de pronto surgiu a sua candidatura e consequente eleição de Intendente Municipal, para o quatriênio de 1904 a 1907, cargo que soube desempenhar com eficiência, tendo então construído o Mercado Municipal as suas custas e doado à municipalidade. Novamente os sanfelipenses o elegeram seu Intendente para o quatriênio de 1916 a 1920, quando ergueu e doou parcialmente ao município o belíssimo prédio do Poço Municipal. Ainda em 1923, fazendo parte do Conselho Municipal e já adoentado e combalido nas suas reservas físicas, mais uma vez cedendo aos impulsos patrióticos, voltou ao cargo de Intendente, no exercício de cujas as funções a Morte o veio a colher, por cerca das 21 horas do dia 04 de fevereiro de 1925, aos 64 anos, 05 meses e 25 dias vividos do Bem ao próximo. Como Intendente ainda construiu os Açougues Municipais e o primeiro edifício da Detenção.
Dotado de visíveis pendores para a arquitetura, construiu vários prédios urbanos, dando-lhes sempre uma feição distinta, para o que muito contribuiu suas constantes viagens aos centros civilizados. Viajou pelo velho mundo, visitando Portugal, Espanha, França, Itália, onde esteve  com o Santo Padre de então; atravessou o deserto do Saara em trajes babuíno, chegou ate Síria e o Egito, indo aos lugares santos da velha Jerusalém e adjacências ligadas a vida do meigo Jesus, inclusive ao Santo Sepulcro. Em 1° de janeiro de 1901, saudando o início do século XX, inaugurou com pomposas festas, a antiga Praça José Marcelino (hoje onde se localiza o Açougue Municipal), erguendo no centro da mesma, um artístico Cruzeiro todo de ferro, dando novo impulso ao logradouro então chamado “A Baixinha” ( hoje Rua Cel. Ceciliano Gusmão). Em 19 de setembro de 1901, fez circular o primeiro número do semanário “ ESCUDO SOCIAL” que fundou e dirigiu até a sua morte e que com progresso e disseminador de suas ideias em favor da coletividade. José Lourenço era jornalista dotado de fina verve e lutador pertinaz que manejava apenas com coragem e destemor, em prol das boas causas. Em sua carreira eclesiástica foi distinguido com horas de Cônego Honorário de Catedral  Metropolitana, condecorado pelo Papa Pio X com medalha “ Pro Eclésia et Pontífice”, e, mais tarde as honras de Monsenhor.
Em 17 de agosto de 1924, regressando de Salvador onde fora em busca de melhoras para a saúde, recebeu significativa manifestações promovida por muitíssimos paroquianos e conterrâneos. Após a celebração da Santa missa em ação de graças, foi S. Revdmª acompanhado de grande cortejo até a Prefeitura Municipal, onde ingressou através de verdadeira sagração popular, discursando nessa ocasião o Padre Florêncio Sizinio Vieira, que era então seu substituto coadjutor e os senhores Alvoro da Silveira Pinheiro e João Eliseu de Melo, cujas orações e homenagens respondeu comovidíssimo.

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